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Contos Pequeninos de Meninas & Meninos

Somos um grupo de inventores de contos que incluem crianças, adolescentes e adultos no prazer de inventar, escrever e ilustrar os contos que nascem quando estamos juntos.

Contos Pequeninos de Meninas & Meninos

Somos um grupo de inventores de contos que incluem crianças, adolescentes e adultos no prazer de inventar, escrever e ilustrar os contos que nascem quando estamos juntos.

24.02.23

O grande amor de um valente cavaleiro


Inventores de contos

Há muito, muito tempo, num lugar distante, vivia um cavaleiro com a sua amada princesa chamada Cinderela. Viviam felizes no seu castelo rodeado de florestas e campos floridos.

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Certo dia, de manhã bem cedinho, o cavaleiro acordou e pensou ir dar um passeio pelo campo no seu cavalo favorito e colher um flor especial para o seu amor.

Cavalgou, cavalgou até avistar, no cimo de uma colina, uma pequena casa onde habitava uma senhora velhota, a que todos chamavam de bruxa má.

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Chamavam-na assim pois tinha um dragão como animal de estimação. Esse dragão era grande, verde, com escamas e cuspia fogo quando as pessoas da aldeia se aproximavam. Era medonho! Assustava muito as crianças e os adultos.

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Um pouco mais a baixo, viu uma menina sentada à beira de um rio que refrescava os pés na água corrente. O cavaleiro parou, desceu do seu cavalo favorito e saudou a menina:

          - Bom dia, boa menina! Como se chama?- perguntou o cavaleiro.

          - Eu sou a Rapunzel e vivo na aldeia ali mais a baixo – respondeu.

          - Porque está com um ar tão triste?

          - Eu perdi a minha boneca Mimi - continuou a menina.

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          - E como é a tua boneca?- quis saber o cavaleiro já preocupado.

          - A Mimi tem longos cabelos louros, olhos castanhos, umas bochechas rosadas e um vestido roxo com bolinhas brancas - descreveu a menina.

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- E onde perdeu a sua boneca, menina Rapunzel?

          - A minha boneca caiu ao rio e foi levada pela corrente – disse ela já quase a chorar.

O cavaleiro teve compaixão e começou a andar pela beira do rio, procurando pelas ervas, não fosse a Mimi ficar presa na berma…

Quando se afastou um pouco, avistou, perto da casa da bruxa, o dragão verde e assustador. Oh, o que trazia na boca!...A boneca Mimi!…

O cavaleiro aproximou-se devagarinho, esperou um pouco e, quando o dragão largou a boneca e se distraiu, pegou na Mimi e correu, correu, correu…

A bruxa má, que estava à janela, pegou na vassoura e saiu da casa a correr para bater no cavaleiro. Ora como ele era ágil e veloz conseguiu fugir, despistando a bruxa.

Então, o cavaleiro correu ofegante até à Rapunzel e levou-lhe a sua boneca Mimi. Como ela ficou contente!…Logo a abraçou e beijou com grande alegria.

Rapunzel ficou muito grata e, para lhe agradecer, colheu uma belíssima flor amarela e ofereceu-lha.                                          IMG_5376.JPGPrincipe.JPG

O valente cavaleiro subiu no seu cavalo favorito, segurou cuidadosamente a flor e galopou até ao castelo, feliz por poder oferecer à sua esposa Cinderela este presente tão belo. Ele amava-a muito e todos os dias procurava uma flor para lhe oferecer, como símbolo do seu amor.

    Era sempre uma bela flor para a sua bela amada!

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Esta história foi inventada e contada por um grupo de meninas: Inês Vieira (8 anos), Andreia Marques (8 anos), Alexandra Gonçalves (7 anos), Carolina Marques (7 anos), Flor Duarte (7 anos), Daniela Faria , Diana Alexandre e Maria Rodrigues. Quem escreveu foi Celina Santiago.

 

Para a história ficar também em forma de livro nasceu o livrinho que permite ler e ver os desenhos criados!

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Esta história foi inventada e contada por um grupo de meninas: Inês Vieira (8 anos), Andreia Marques (8 anos), Alexandra Gonçalves (7 anos), Carolina Marques (7 anos), Flor Duarte (7 anos), Daniela Faria , Diana Alexandre e Maria Rodrigues. Quem escreveu foi Celina Santiago.

 

17.02.23

A casa da floresta


Inventores de contos

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Esta história foi inventada, contada e ilustrada pelos alunos: João Gomes (7 anos), Simão Nunes (8 anos), José Neves (7 anos), Dinis Neves (7 anos). Também ilustraram a Madalena Costa (7anos), Alexandre Santos (Foi ilustrada e posta em palavras por Celina Santiago.



17.02.23

Receita para inventar contos de encantar


Inventores de contos

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Ingredientes:

- Papel

-Lápis

- Ideias à solta

- Calma

- Alegria

- Pequenos e graúdos

 

Preparação:

1.º todos dizem palavras que chegam à cabeça

2.º arrumam-se as palavras num armário com a prateleira das: personagens, coisas, ações, lugares

3.º começa-se a inventar o que pode acontecer com estas personagens, a que lugares foram, o que aconteceu, que coisas usaram

4.º cada um vai inventando um bocadinho e vai-se juntando os vários bocadinhos inventados, envolvendo com palavras bonitas e divertidas

5.º desenham-se os acontecimentos, lugares, personagens da forma que sabemos e como gostamos mais

6.º serve-se com leitura divertida em voz alta brincando com tudo o que foi inventado

Deliciem-se!  

 


17.02.23

O livro dos desenhos grandes, o livro dos desenhos pequenos e o livro dos sonhos


Inventores de contos

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Naquela biblioteca da escola havia livros de todas as cores, tamanhos e feitios. Cada livro estava cheio de coisas

para mostrar: desenhos, histórias, lugares, máquinas, animais, etc.

O livro dos desenhos grandes era enorme, com páginas gigantes, muito grosso, com uma lombada larga e forte. Como era o maior livro da biblioteca só com a ajuda dos adultos é que as crianças o podiam desfolhar e ver os seus desenhos grandes sobre todos os lugares da Terra e as pessoas, animais e plantas que lá viviam. 

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O livro dos desenhos grandes achava-se muito importante e acreditava que era o melhor e mais fantástico livro da biblioteca. 

Quando os livros ficavam sozinhos falavam uns com os outros e ele era sempre arrogante e dizia:

- Vós, livrinhos pequenos, são tão fininhos, quase não vejo as vossas imagens… Os meus desenhos são mais bonitos e grandes…Vós contais historietas sem valor…E a vossa morada? A estante dos livros dos desenhos pequenos.

Pois é. O livro dos desenhos pequenos era um livrinho quadrado, com uma bonita capa em tecido, uma lombada delicada e fina. Tinha poucas páginas, desenhos pequenos que ilustravam um conto de encantar e de que todas as crianças gostavam.

Querem saber qual era o sonho do livro dos desenhos pequenos? Era ser enorme e importante, cheio de muitas folhas e talvez até ter desenhos grandes.

Muitas vezes o livro dos desenhos pequenos ficava triste porque sabia que nunca ia ser grande nem importante. Achava que não valia nada. 

- Tu , nem sonhes ser maior, nem importante! Claro que todos sabem que os livros não crescem , tu nunca serás um verdadeiro livro! - dizia o livro grande com voz forte.

Num dia em que estavam nestas conversas, o livro dos sonhos, que para variar estava acordado e de ouvido à escuta, disse que queria ter uma conversa importante com todos e perguntou se podia dizer o que pensava.

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Todos os livros da biblioteca ficaram em silêncio porque era muito raro ouvirem a voz do livro dos sonhos e estavam todos curiosos  sobre o que ele ia dizer.

O livro dos sonhos perguntou:

- Oh livro dos desenhos pequenos, achas que os meninos gostam de ti? Será que veem as tuas páginas com atenção? Levam-te para casa nas suas mochilas? E os pais dos meninos, será que lhes lêem as tuas histórias? 

O livro dos desenhos pequenos ficou um pouco envergonhado mas lá foi dizendo que sim, que gostavam dele, que gostava muito de ir conhecer o quarto dos meninos, que ficava feliz quando um menino trazia um amigo para o ver.

O livro dos desenhos grandes não conseguiu ficar calado a ouvir tudo isto e logo começou a dizer:

- Bem, todas essas são coisas importantes e boas, mas eu é que sou o maior livro da biblioteca e os meus desenhos são sobre coisas sérias e mais importantes!

O livro dos sonhos com toda a sua calma e bonomia disse-lhe:

-Oh livro grande,  para lá de falar e escuta um pouco!

Os meninos  levam-te para casa?E podem ver os teus desenhos grandes à vontade? E tu? Gostarias também de conhecer as casas dos meninos e de ir até aos seus quartos? E ser lido pelos pais das crianças? E não gostarias de sair mais vezes da prateleira para ir a outros lugares?

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O livro dos desenhos grandes ficou sem palavras, nunca tinha pensado naquelas coisas e agora que escutara o livro dos sonhos, deu por si a sonhar ser mais pequeno e a poder andar nas mãos dos meninos à vontade e a ir nas suas mochilas. 

O seu ar ufano e arrogante deu lugar a um ar sonhador e até um pouco triste.

Todos os livros da biblioteca estavam espantados, nunca tinham visto o livros dos desenhos grandes assim, nem parecia o mesmo, estava tão triste que até parecia mais pequeno.

Então, o livro dos sonhos perguntou aos outros livros se achavam que o livro dos desenhos grandes era o mais importante, ou se era o livro dos desenhos pequenos. 

Foi então que um pequeno dicionário lá do canto disse:

- Eu, eu, eu acho que todos os livros são importantes.  E todos os livros dão aos meninos coisas boas para aprenderem e se divertirem. Cada livro, à sua maneira, é importante.

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O livro dos sonhos sorriu e disse ao pequeno dicionário que ele tinha toda a razão. Que todos os livros eram importantes e que por estarem juntos naquele lugar mágico onde iam os meninos eram ainda mais importantes. 

O livro dos sonhos perguntou a todos os livros se gostariam de conversar mais vezes sobre o que lhes ia acontecendo ao longo do dia nas mãos dos meninos e dos adultos. Poderiam partilhar o que iam aprendendo e perceber o que cada um dava aos meninos.

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O que achas que os livros responderam?

E se os livros fossem pessoas? Há pessoas mais importantes do que as outras? Será que afinal todos somos parecidos com o livro dos desenhos pequenos, com o livro dos desenhos grandes ou com o livro dos sonhos? Ou será que às vezes somos parecidos com um e noutras vezes somos parecidos com outros?

 

Esta história foi inventada por Andreia Zvyahina (7 anos), Djullya Santos (7 anos), Madalena Costa (7 anos) e ilustrada por Madalena Oliveira (7 anos) guiadas pela mão de Celina Santiago e posta em palavras por Cristina Aveiro. 

 



09.02.23

A boneca que não falava…

Inventado por Clara Alarcón, Lara Alves, Mara Ferreira e Yara Pereira


Inventores de contos

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Era uma vez uma menina que tinha recebido uma boneca que adorava, ela e todas as pessoas que a viam. Era uma boneca muito diferente de todas as que já tinha tido.

Havia apenas uma coisa que a menina gostava que fosse diferente na boneca. A menina queria que a boneca falasse. Sempre que brincava com a boneca ficava a sonhar com o dia em que a boneca desatasse a falar. Numa tarde de sol, enquanto brincava com a boneca, o seu sonho foi interrompido por uma fada que chegou toda apressada e perguntou:

- Foi aqui que pediram para vir uma fada? Qual é o desejo que é preciso realizar?

A menina ficou espantada e mal conseguiu dizer:

-Queria que a minha boneca falasse…

- Já está! – disse a fada e desapareceu tal como tinha aparecido.

A menina olhou para a boneca e perguntou-lhe:

- Consegues falar?

E a boneca começou a falar sem parar:

- Eu não lavo os dentes!

- Eu não tomo banho!

- Eu não gosto de ti!

- Eu não gosto do pai!

- Eu não gosto da vida!

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A menina ficou espantada e muito triste. Afinal a boneca agora falava, mas não queria fazer nada, dizia não a tudo?!

A menina chamou a fada, na esperança que ela conseguisse arranjar a boneca. A fada não apareceu e a menina foi ter com o seu pai. Como o pai era mecânico, a menina pensou que ele talvez conseguisse consertar a boneca.

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O pai começou a mexer na boneca e a pensar como poderia fazer para a arranjar, mas assim que começou a tentar, a boneca desatou a falar de novo:

- Eu gosto de lavar os dentes!

- Eu gosto de tomar banho!

- Eu gosto de ti!

- Eu gosto do pai!

- Eu gosto da minha vida!

- Eu gosto de ler!

- Eu gosto de brócolos!

- Eu gosto de escrever!

A menina começou a ficar cansada de ouvir a boneca. Agora ela só dizia que gostava de tudo e isso era aborrecido.

A menina foi ter com a sua mãe e contou-lhe o que estava a acontecer. A mãe da menina era professora e teve a ideia de ensinarem a boneca a dizer sim a algumas coisas e não a outras.

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Depois de passarem algum tempo a ensinar a boneca, que ficou a escutar tudo com muita atenção, a boneca começou devagarinho a dizer:

- Eu gosto de correr!

- Eu não gosto de jogar à apanhada!

- Eu gosto de ler!

- Eu não gosto de livros assustadores!

- Eu não gosto de magoar os amigos!

- Eu gosto de legumes!

- Eu não gosto de brócolos!

A menina ficou radiante, percebeu que assim começava a conhecer melhor a sua amada boneca.

A menina percebeu ainda melhor que é muito importante saber dizer sim e saber dizer não. Percebeu que devemos pensar pela nossa cabeça e escutar as pessoas que já sabem mais coisas do que nós e nos podem ajudar a decidir.

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Esta história foi inventada pelas meninas Clara Alarcón, Lara Alves, Mara Ferreira e Yara Pereira, guiadas pela mão de Celina Santiago (que criou e elaborou a boneca) e posta em palavras por Cristina Aveiro.