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Contos Pequeninos de Meninas & Meninos

Somos um grupo de inventores de contos que incluem crianças, adolescentes e adultos no prazer de inventar, escrever e ilustrar os contos que nascem quando estamos juntos.

Contos Pequeninos de Meninas & Meninos

Somos um grupo de inventores de contos que incluem crianças, adolescentes e adultos no prazer de inventar, escrever e ilustrar os contos que nascem quando estamos juntos.

02.05.23

As irmãs: uma descoberta na gruta


Inventores de contos

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Numa certa aldeia, no meio de um campo florido e verdejante, existia uma pequena casa branca onde vivia uma família: o senhor Fonseca, sua esposa Alice e suas duas filhas Inês e Sara. As duas irmãs eram muito amigas e gostavam de partilhar as suas tarefas e brincadeiras. Por vezes, envolviam-se em algumas aventuras e descobertas que tornavam os seus dias entusiasmantes e cheios de novos acontecimentos.

   Inês era uma menina alegre, curiosa, de cabelos louros e compridos, olhos azuis, parecidos com os de seu pai, e tinha 12 anos de idade. Já sua irmã tinha cabelos castanhos compridos, olhos azuis e, com os seus 10 anos, era muito destemida e aventureira, andava sempre à procura de algo novo para explorar.

 

   Ora, certo dia, depois do almoço, decidiu ir dar um pequeno passeio pelo campo para exercitar o seu animal de estimação: o Amarelinho. Ele era um canário especial pois, não precisava de gaiola, nunca fugia para muito longe, acompanhava Inês para todo o lado mesmo nas suas brincadeiras e tarefas diárias. Era divertido passear com o Amarelinho e vê-lo esvoaçar à sua volta!

   Ía Inês a saltitar, toda contente, quando avistou, perto de uma moita de erva verdinha, um bonito coelho cinzento. Logo parou. Aproximou-se devagarinho para observar mas, o orelhudo ouve tudo, mesmo o balançar da erva, e pôs-se em alerta. Deu um salto e correu ágil por entre ervas, plantas e pedras.

   Inês começou a perseguição. Ela só queria observá-lo mais de perto mas, o coelho orelhudo, não estava para observações, muito menos para conversas. Chegou até uma gruta, que por ali existia e, rapidamente, entrou nela.

 

    Inês, cansada de correr, ficou parada a olhar para a gruta e a pensar no que fazer. Será que entra ou será que foge? Bem, depois de alguns minutos, correu para casa.

   -Inês, Inês queres vir comigo? Anda, vamos procurar um coelho na gruta-gritava Sara ainda pelo caminho.

   Sara, a ouvir tal alarido, veio à porta.

   -Que dizes? Qual coelho? Qual gruta- questionava Sara sem nada perceber.

   - Anda, encontrei um coelho cinzento que se escondeu na gruta, traz a lanterna e vem comigo!

   E lá foram as irmãs para a nova exploração, todas curiosas e cheias de entusiasmo.

   Chegaram à gruta. Cautelosamente, ligaram a lanterna e foram avançando. Não parecia muito profunda mas, logo avistaram um cogumelo vermelho gigante.

   -Olha Sara! Está ali o coelho, debaixo do cogumelo-disse a Inês surpreendida.

   -Nunca vi um cogumelo tão grande! Uau!-observou Sara.

   Aproximaram-se. O coelho estava meio pasmado a olhar para um buraco no cogumelo gigante. As irmãs também quiseram ver o que se passava. Foi quando viram uma pequena flor azul no buraco do cogumelo e de onde saiam gotas de água.

   -Olha, Inês! A flor está a chorar!-disse Sara.

   -A chorar? Porque será?-questionou a Inês.

   Ouviu-se uma voz que disse:

   -Choro porque gostaria de ver o sol, sentir o seu calor e, talvez, conhecer alguma abelha que leve o meu pólen…

   A Sara assustou-se.

   -Uma flor a falar? Como poderá ser? Bem, esta gruta deve ser mágica!...-comentou a menina.

   Sara chegou perto do cogumelo e, delicadamente, arrancou a flor, levando-a para fora da gruta.

   As duas irmãs esqueceram o coelho, só procuravam um lugar bonito perto do rio.

   Inês abriu um buraco na terra onde Sara plantou a raiz da flor. Depois, foi buscar água com as mãos e regou a planta.

   -Então flor estás melhor? Gostas do sol?-perguntou Sara.

   Porém, a flor nada disse, nenhuma voz se ouviu. Seria Magia? Seria imaginação? Seria um sonho?...

   As duas irmãs ficaram perplexas, não conseguiram dar uma explicação lógica.

   A verdade é que, junto ao rio, existe uma bela planta que cresce de dia para dia, dando bonitas flores azuis. Estará feliz? Claro que sim, a cor brilhante das suas flores, o verde viçoso das suas folhas dizem tudo.

   Às vezes, a felicidade não precisa de palavras basta um olhar atento!

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Este conto foi inventado, escrito e ilustrado por Iara Oliveiro e Lara Sofia Santos (10 anos).