As irmãs: uma descoberta na gruta
Numa certa aldeia, no meio de um campo florido e verdejante, existia uma pequena casa branca onde vivia uma família: o senhor Fonseca, sua esposa Alice e suas duas filhas Inês e Sara. As duas irmãs eram muito amigas e gostavam de partilhar as suas tarefas e brincadeiras. Por vezes, envolviam-se em algumas aventuras e descobertas que tornavam os seus dias entusiasmantes e cheios de novos acontecimentos.
Inês era uma menina alegre, curiosa, de cabelos louros e compridos, olhos azuis, parecidos com os de seu pai, e tinha 12 anos de idade. Já sua irmã tinha cabelos castanhos compridos, olhos azuis e, com os seus 10 anos, era muito destemida e aventureira, andava sempre à procura de algo novo para explorar.


Ora, certo dia, depois do almoço, decidiu ir dar um pequeno passeio pelo campo para exercitar o seu animal de estimação: o Amarelinho. Ele era um canário especial pois, não precisava de gaiola, nunca fugia para muito longe, acompanhava Inês para todo o lado mesmo nas suas brincadeiras e tarefas diárias. Era divertido passear com o Amarelinho e vê-lo esvoaçar à sua volta!
Ía Inês a saltitar, toda contente, quando avistou, perto de uma moita de erva verdinha, um bonito coelho cinzento. Logo parou. Aproximou-se devagarinho para observar mas, o orelhudo ouve tudo, mesmo o balançar da erva, e pôs-se em alerta. Deu um salto e correu ágil por entre ervas, plantas e pedras.
Inês começou a perseguição. Ela só queria observá-lo mais de perto mas, o coelho orelhudo, não estava para observações, muito menos para conversas. Chegou até uma gruta, que por ali existia e, rapidamente, entrou nela.


Inês, cansada de correr, ficou parada a olhar para a gruta e a pensar no que fazer. Será que entra ou será que foge? Bem, depois de alguns minutos, correu para casa.
-Inês, Inês queres vir comigo? Anda, vamos procurar um coelho na gruta-gritava Sara ainda pelo caminho.
Sara, a ouvir tal alarido, veio à porta.
-Que dizes? Qual coelho? Qual gruta- questionava Sara sem nada perceber.
- Anda, encontrei um coelho cinzento que se escondeu na gruta, traz a lanterna e vem comigo!
E lá foram as irmãs para a nova exploração, todas curiosas e cheias de entusiasmo.
Chegaram à gruta. Cautelosamente, ligaram a lanterna e foram avançando. Não parecia muito profunda mas, logo avistaram um cogumelo vermelho gigante.
-Olha Sara! Está ali o coelho, debaixo do cogumelo-disse a Inês surpreendida.
-Nunca vi um cogumelo tão grande! Uau!-observou Sara.
Aproximaram-se. O coelho estava meio pasmado a olhar para um buraco no cogumelo gigante. As irmãs também quiseram ver o que se passava. Foi quando viram uma pequena flor azul no buraco do cogumelo e de onde saiam gotas de água.
-Olha, Inês! A flor está a chorar!-disse Sara.
-A chorar? Porque será?-questionou a Inês.
Ouviu-se uma voz que disse:
-Choro porque gostaria de ver o sol, sentir o seu calor e, talvez, conhecer alguma abelha que leve o meu pólen…
A Sara assustou-se.
-Uma flor a falar? Como poderá ser? Bem, esta gruta deve ser mágica!...-comentou a menina.
Sara chegou perto do cogumelo e, delicadamente, arrancou a flor, levando-a para fora da gruta.
As duas irmãs esqueceram o coelho, só procuravam um lugar bonito perto do rio.
Inês abriu um buraco na terra onde Sara plantou a raiz da flor. Depois, foi buscar água com as mãos e regou a planta.
-Então flor estás melhor? Gostas do sol?-perguntou Sara.
Porém, a flor nada disse, nenhuma voz se ouviu. Seria Magia? Seria imaginação? Seria um sonho?...
As duas irmãs ficaram perplexas, não conseguiram dar uma explicação lógica.
A verdade é que, junto ao rio, existe uma bela planta que cresce de dia para dia, dando bonitas flores azuis. Estará feliz? Claro que sim, a cor brilhante das suas flores, o verde viçoso das suas folhas dizem tudo.
Às vezes, a felicidade não precisa de palavras basta um olhar atento!
Este conto foi inventado, escrito e ilustrado por Iara Oliveiro e Lara Sofia Santos (10 anos).